14: Apoios sociais permanecerão isentos de IRS na futura noção de rendimento, garante ministro das Finanças

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PORTUGAL / GOVERNO / IRS

Miranda Sarmento explicou no Parlamento que os apoios sociais continuarão à margem da tributação. “Se nós vamos tributar prestações sociais não contributivas? Não, não vamos.”

O ministro das Finanças admitiu esta terça-feira (14 de Outubro) que a futura noção sintética de rendimento na qual o Governo está a trabalhar “poderá implicar alterações à tributação”, mas assegurou que os apoios sociais hoje isentos continuarão a não serão tributados.

Joaquim Miranda Sarmento falava numa audição conjunta na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública e na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, onde foi chamado pelo PS para explicar o impacto da “noção sintética de rendimento” sujeito a IRS sobre as prestações sociais actualmente isentas.

O assunto ganhou motivos de debate parlamentar porque, no Programa de Governo, o executivo prevê “introduzir uma noção sintética e abrangente de rendimento sujeito a IRS, que corrija as injustiças e sub-tributações resultantes da atual definição limitativa de rendimentos sujeitos a IRS, que permita um maior desagravamento das taxas marginais”.

“O sistema fiscal português é complexo e necessita de simplificação. E, como tal, temos procurado trabalhar nessa simplificação e isso, naturalmente, resultará de estudos, de reflexões e naturalmente poderá implicar alterações à tributação”, começou por admitir.

De seguida, explicou que os apoios sociais continuarão à margem. “Se nós vamos tributar prestações sociais não contributivas? Não, não vamos. Não haverá tributação de prestações sociais não contributivas que hoje não pagam IRS”, afirmou, insistindo que, “com este Governo continuarão a não pagar IRS”.

O deputado do PS Miguel Costa Matos tinha perguntado ao ministro quem é que vai passar a pagar impostos ao abrigo da nova noção.

Depois de Miranda Sarmento garantir que os apoios continuarão isentos de IRS, o deputado socialista quis saber especificamente se isso acontecerá com todas as situações que actualmente se encontram à margem de tributação.

Em concreto, perguntou se isso acontecerá com as indemnizações por lesão corporal, doença ou morte, tendo o ministro garantido que estas situações “de infortúnio” continuarão a não ser tributadas. “Não vamos alargar a tributação de IRS a esse tipo de rendimentos”, insistiu.

Questionado pelo deputado do PS se as indemnizações por morte passarão a ser tributadas, o ministro “Não vamos alargar a tributação de IRS a esse tipo de rendimentos”.

O deputado insistiu no tema para saber o que acontecerá com os prémios literários ou científicos, com as bolsas desportivas e com as compensações dadas aos bombeiros voluntários.

“Mais uma vez não está nos planos do Governo fazer alterações a incidência de IRS e, se tivesse, é uma decisão que no final do dia cabe ao parlamento”, reagiu o ministro, afirmando que o executivo não irá propor à Assembleia da República propor alterações aos artigos 1.º a 12.º do Código do IRS, aqueles que dizem respeito à incidência do imposto sobre o rendimento.

Miranda Sarmento explicou que a ideia de criar a noção sintética de rendimento, alinhada com a ideia constitucional de que o imposto é único, passa por ter em consideração “desenvolvimentos tecnológicos”, dando como exemplo a tributação dos ganhos obtidos com criptoactivos, que passou a existir com a lei do Orçamento do Estado para 2023.

Diário de Notícias
14.10.2025

- Neste Blogue, escreve-se em Português 🇵🇹 nativo.

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13: Intercidades perdeu uma carruagem no caminho entre Lisboa e Faro

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COMBOIOS / INTERCIDADES

Quebra do engate, ou seja, do sistema que liga as carruagens, levou à imobilização do comboio.

O comboio Intercidades que fazia a ligação entre Lisboa e Faro na tarde de segunda-feira, 13 de Outubro, perdeu uma carruagem devido à quebra do engate, avança o Público. Segundo este jornal, o incidente deu-se entre Grândola e Canal Caveira e resultou na imobilização do comboio.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O Público explica que este tipo de situações não é perigosa, uma vez que a quebra de um engate provoca uma rotura na conduta geral de freio, o que leva a composição a parar imediatamente. Assim, aquilo que aconteceu neste caso foi que após a quebra do engate as composições pararam automaticamente, sendo necessário rebocá-las.

Fonte oficial da CP disse à Antena 1 que os passageiros da carruagem que se soltou foram redistribuídos pelas restantes carruagens, tendo o comboio seguido depois viagem.

De acordo com a mesma fonte, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários decidiu abrir uma análise preliminar para recolha de informação.

Diário de Notícias
Sofia Fonseca
14.10.2025

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12: Estado da Nação

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OPINIÃO

Ganhou o país. Porquê? Porque os eleitores portugueses disseram claramente que não estão disponíveis para dar mais poder ao partido de extrema direita que fez uma campanha galvanizada no resultado das eleições legislativas de maio passado. Ganhou o país porque há um claro entendimento de que o partido social democrata e o partido socialista são as estruturas políticas com credibilidade para o exercício da democracia.

Sim, nas eleições legislativas o Chega teve uma vitória e, entretanto, os portugueses terão entendido que não é um partido, um líder, um conjunto de militantes para conferir dignidade ao governo local. Isto precisa de ter uma leitura nacional. O governo, ainda em estado de graça, governará, mal ou bem, as opiniões decerto dividir-se-ão, e o partido socialista terá agora um novo fôlego para fazer oposição que é sempre um exercício difícil mas altamente saudável.

Onde fica o Chega? No mesmo registo que até agora, não tenhamos ilusões, mas com outra perspectiva sobre a sua força. O que quero dizer com tudo isto? Como cidadã, respirei fundo e pensei: ainda vamos a tempo. Podemos fazer outras análises, confirmar outras realidades, perceber as perdas do Bloco de Esquerda e da CDU e também as coligações feitas ou não feitas e o que estas prejudicam ou beneficiam outros.

Mas, de momento, opto pela esperança de ver o desaire do oportunismo, populismo e de uma campanha de mentiras e insultos que o partido de Ventura nos brindou. Que seja o princípio do fim, é o que desejo. Não estou sozinha.

O fim não é um ponto final. é um recomeço. A política portuguesa, tantas vezes exausta e descrente, precisa de se reconciliar com o sentido de comunidade, com a ideia de que o país é um projecto comum e não um campo de batalha.

A opção por uma certa moderação não apaga os medos nem as desigualdades, mas lembra-nos que há uma maioria que quer viver num espaço civilizado, onde as diferenças se discutem e não se gritam. Eu estou farta de berros. Talvez este resultado seja apenas um intervalo – breve, precário – antes de novas tempestades.

Mas é também um lembrete de que a democracia só se sustenta se for cuidada, como uma casa antiga que precisa de mãos firmes e paciência. Continuo a acreditar que a política pode ser um lugar de serviço e não de raiva, de construção e não de destruição. É isso que espero dos próximos meses: que as palavras recuperem o peso da verdade e que o país encontre, de novo, o seu centro de gravidade.

Jornalista e escritora

Diário de Notícias
Patrícia Reis
14.10.2025

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