30: Temporal. Centenas de ocorrências na Grande Lisboa, Setúbal e Lezíria do Tejo

1
0

 

PORTUGAL // METEOROLOGIA // TEMPORAL

A chuva torrencial já provocou dois feridos, um deles em estado grave, numa rotunda em Tercena, no concelho de Oeiras. Uma mulher que circulava a pé foi arrastada pela agua e sofreu lesões graves. Foi transportada para o hospital São Francisco Xavier. O outro ferido considerado ligeiro circulava numa mota e também foi arrastado pela água.

Segundo a ANEPC, a maioria da ocorrências diz respeito a inundações e queda de árvores.
© Foto: Pedro A. Pina – RTP

Até perto das cinco da tarde, registaram-se 400 ocorrências na Região de Lisboa, Setúbal e Lezíria do Tejo. De acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, a Grande Lisboa é a região mais afectada com 259 ocorrências relacionadas com inundações. Há estradas cortadas, árvores caídas e estruturas derrubadas.

O túnel do campo Pequeno na cidade de Lisboa chegou a estar encerrado.

As regiões de Setúbal, Lezíria e Lisboa estão sob aviso laranja até amanhã as 19h00.

A ANEPC registou, até às 16:00, 138 ocorrências na região de Lisboa devido ao mau tempo, a maioria inundações e queda de árvores, disse à agência Lusa o comandante Paulo Santos.

Em declarações à Lusa, pelas 16:30, Paulo Santos ressalvou que este balanço não inclui a cidade de Lisboa.

Segundo o comandante da ANEPC, acrescem ainda 15 ocorrências relevantes na região da Lezíria do Tejo e 11 no Médio Tejo.

As ocorrências mais relevantes dizem respeito a inundações, quedas de árvores e de estruturas.

Todos os distritos estão hoje em aviso amarelo, o menos grave dos três níveis, igualmente devido à chuva, na sua maioria entre as 06:00 e a meia-noite, segundo indicou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Nas regiões montanhosas e na costa sul do arquipélago da Madeira, a acompanhar a chuva, prevê-se vento forte, entre 09:00 e as 18:00, cujas rajadas podem atingir os 100 quilómetros por hora.

Por seu turno, a Protecção Civil alertou hoje para a possibilidade de inundações em zonas urbanas e cheias nos próximos dias devido às previsões de chuva e vento forte, pedindo à população que adopte medidas preventivas.

Num aviso à população, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) dá conta que a previsão meteorológica para os próximos dias aponta para “precipitação por vezes forte”, acompanhada por trovoadas, e para o “aumento da intensidade do vento no litoral e nas terras altas, com condições favoráveis à ocorrência de fenómenos extremos de vento, em especial na região Sul”.

Face a estas previsões, a Protecção Civil avisa para a ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento ou por galgamento costeiro, assim como para cheias, devido ao transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras.

A ANEPC alerta também para a instabilidade de vertentes, conduzindo a deslizamentos, derrocadas e outros motivados pela infiltração da água (fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais do Verão), para o piso rodoviário escorregadio devido à possível formação de lençóis de água, assim como para o arrastamento para as vias de objectos soltos, ou ao desprendimento de estruturas móveis devido ao vento forte.

Lisboa com 66 ocorrências, túnel do Campo Pequeno fechado

Entre as 6:00 e as 16:00, a capital registou um total de 66 ocorrências associadas às condições meteorológicas adversas, sobretudo inundações devido à precipitação, que obrigaram ao corte de trânsito no túnel do Campo Pequeno.

De acordo a directora municipal da Protecção Civil de Lisboa, Margarida Castro Martins, o túnel do Campo Pequeno foi cortado ao trânsito pelas 15:30 no sentido Entrecampos – Saldanha, situação que se mantinha pelas 16:45, hora em que se previa cortar o sentido oposto, para proceder a “trabalhos de desentupimento”, mas entretanto a circulação foi reposta.

Quanto às 66 ocorrências registadas na capital em resultado do mau tempo, a mesma fonte da Protecção Civil de Lisboa indicou às 16:45 que 16 continuavam activas e 50 estavam já resolvidas.

Por tipologia, a maioria das ocorrências é relativa a inundações, com um total de 52 situações, das quais 20 em espaços privados, segundo dados da Protecção Civil.

Há também a registar seis ocorrências de queda de árvores, três de quedas de estruturas e duas de quedas de revestimento, bem como três acidentes rodoviários.

Os dados da Protecção Civil de Lisboa têm ainda a indicação quanto à localização das ocorrências pelas 24 freguesias da cidade, com destaque para a do Lumiar (11), Avenidas Novas (10), Belém (6), Arroios (5), Penha de França (5), Santa Clara (5) e São Domingos de Benfica (5).

c/ Lusa

RTP
28.10.2025

- Neste Blogue, escreve-se em Português 🇵🇹 de Portugal (não adulterado), pré-AO.

 

Loading

“Estamos abandonados”: trabalhadores da Base das Lajes apelam ao Governo para adiantar salários em atraso devido ao ‘shutdown’ nos EUA

1
0

 

PORTUGAL // EUA // SALÁRIOS EM ATRASO // BASE DAS LAJES

Os trabalhadores portugueses da Base das Lajes reiteraram o apelo ao Governo para que adiante os salários em atraso, devido à paralisação da administração norte-americana, alertando que alguns já passam por dificuldades.

Base das Lajes
© TVI Notícias

“Os trabalhadores estão preocupados, desiludidos, tristes, estão a sentir-se abandonados. É uma situação complicada. As contas não esperam, cada dia que passa a situação agrava-se e nós precisamos de respostas”, afirmou a presidente da Comissão Representativa dos Trabalhadores (CRT) portugueses na Base das Lajes, Paula Terra, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

Os salários na Base das Lajes, na ilha Terceira, são pagos quinzenalmente. A quinzena de 17 de Outubro foi paga com cortes e da 27 de Outubro não foi paga.

Em causa está a introdução de uma suspensão temporária e não remunerada aplicável a funcionários públicos norte-americanos, devido à paralisação parcial da administração norte-americana por não ter sido aprovado o orçamento federal dos Estados Unidos.

Numa conferência de imprensa conjunta, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Turismo e Transportes (SITACEHTT) dos Açores e a Comissão Representativa dos Trabalhadores apelaram a que o Estado português siga o exemplo dos governos da Alemanha e de Espanha.

“Aquilo que temos vindo a reivindicar desde o primeiro momento é o que outros países já fizeram, nomeadamente a Alemanha e a Espanha, que é garantir que os seus trabalhadores têm efectivamente um vencimento no fim do mês. Adiantaram os vencimentos e depois vão proceder a um entendimento junto dos norte-americanos”, explicou o coordenador do SITACEHTT/Açores, Vítor Silva.

Num comunicado conjunto, com três parágrafos, os ministérios da Defesa Nacional e dos Negócios Estrangeiros adiantaram, na quinta-feira, que o Governo português estava a “avaliar soluções eventualmente possíveis face ao quadro normativo nacional vigente, com vista à redução desse impacto”.

O executivo salientou ainda que é “alheio à descrita situação”, mas está “preocupado com o impacto decorrente desse atraso nos trabalhadores afectados e respectivas famílias”.

Vítor Silva alegou que o Estado português é “interlocutor directo” num acordo internacional com os Estados Unidos e, por isso, “não pode estar alheio a uma situação desta natureza”.

“Cabe ao Estado português, como representante destes trabalhadores no acordo, assegurar o pagamento dos seus salários e nós vamos reivindicar isso, custe o que custar, e mandar as cartas que forem necessárias, para o primeiro-ministro, para o ministro dos Negócios Estrangeiros e para o ministro da Defesa”, sublinhou.

A situação é conhecida há mais de duas semanas, mas, segundo Paula Terra, o Governo da República ainda não entrou em contacto com os trabalhadores.

“Tivemos conhecimento, através de um comunicado dos dois ministérios, que estavam a ser preparadas soluções. A comissão de trabalhadores gostava de saber que soluções são essas”, apontou.

Não há ainda uma previsão de quando será resolvido o impasse quanto à aprovação do orçamento federal dos Estados Unidos e sem ele os trabalhadores portugueses continuarão sem receber.

Paula Terra insistiu, por isso, que a “única solução” é ser o Governo português a adiantar os vencimentos.

“Não podemos estar neste compasso de espera por uma situação que não é da nossa responsabilidade. Somos cidadãos portugueses, a trabalhar em Portugal, ao abrigo de um acordo assinado entre dois países. Se um lado não cumpre com o acordo, o outro lado terá de o fazer cumprir”, frisou.

Segundo a presidente da CRT, os trabalhadores da Base das Lajes têm “o mesmo tipo de contratos” do que os que trabalham para a Força Aérea norte-americana em solo alemão.

“Em princípio, a solução aplicada a eles podia ser aplicada aos trabalhadores da Base das Lajes. Se há alguma situação em termos legais que impeça nós não tivemos conhecimento”, explicou.

Esta não é a primeira vez que a administração norte-americana fica sem orçamento, mas, nas outras vezes, a paralisação não afectou os trabalhadores portugueses na Base das Lajes.

“Essa situação nunca se colocou aos trabalhadores portugueses, porque nós éramos sempre protegidos pelos acordos laborais. Pelo menos era a informação que passava na altura”, adiantou Paula Terra.

Apesar de terem garantias de que a situação é “ilegal”, os trabalhadores foram aconselhados a continuarem a apresentar-se ao trabalho, sob pena de serem despedidos, e não podem fazer greve ou contestar a situação em tribunal.

“Um dos pontos que ficaram bem assentes na primeira reunião que tivemos com os dois comandos, português e norte-americano, foi de que esta situação não era legal e que esta situação não podia ser aplicada desta maneira aos trabalhadores. Mas como não há orçamento aprovado, não há fundos para pagar salários”, revelou a presidente da CRT.

TVI Notícias
28.10.2025

- Neste Blogue, escreve-se em Português 🇵🇹 de Portugal (não adulterado), pré-AO.

 

Loading

Está aí o “outono verdadeiro” e traz “chuva extrema”: “há que fazer limpeza dos escoamentos nas nossas casas, ver caleiras, sarjetas, retirar objectos”

1
0

 

PORTUGAL // METEOROLOGIA

O climatologista Mário Marques alerta para a possibilidade de “chuva extrema e vento forte” nos próximos dias, com especial incidência no litoral oeste e no Centro e Sul do país.

Mau tempo (CARLOS M. ALMEIDA/LUSA)
© TVI Notícias

Segundo o climatologista, Portugal vai enfrentar “um outono verdadeiro”, marcado pela passagem sucessiva de depressões atlânticas e por uma “alimentação contínua de vapor de água”, proveniente de massas de ar quente vindas do Atlântico.

“A partir desta terça-feira, sobretudo à tarde, e até sábado, ou pelo menos domingo, teremos aqui uma passagem sucessiva de depressões, com grande alimentação de vapor de água. Há potencial para ter um grande agravamento térmico, um forte gradiente barométrico, mas também existe a associação à corrente de jacto. O que é que isso quer dizer? Quer dizer que existirão passagens sucessivas depressões a partir desta terça-feira”, afirma Mário Marques.

O climatologista sublinha ainda que esta sexta-feira e este sábado serão “os mais críticos” e que isso “faz com que o risco, a exposição e a vulnerabilidade aumente de uma forma significativa, pelo que sábado será um dia a evitar deslocações de longa distância”.

“Poderemos ter aqui condições propícias para inundações rápidas, para grandes lençóis de água, quer em quantidade, quer na sua extensão, nas áreas planas. Poderemos ter aqui uma situação com grande potencial para causar inúmeras ocorrências relacionadas com a precipitação”, refere, acrescentando que “os modelos indicam taxas de precipitação horária muito elevadas, com potencial para causar inúmeras ocorrências”.

A chuva deverá atingir todo o território continental, incluindo o Algarve, mas será “mais intensa e contínua” entre Sintra e o extremo noroeste da Península Ibérica, onde as cadeias montanhosas potenciam a condensação e o agravamento da precipitação.

Além da chuva, está previsto vento forte a muito forte entre sexta-feira e sábado nas regiões centro e sul – especialmente nesta última. Luís Mestre aconselhou a população a evitar deslocações longas no feriado de Todos os Santos, a verificar o escoamento das águas nas habitações e a garantir a limpeza de caleiras e sarjetas, alertando também as autarquias para a necessidade de remover folhas e detritos das vias.

“Poderá haver aqui ajustamentos, mas penso que os ingredientes estão lá e espero que não seja tão grave como as coisas estão a parecer. É necessário cautela: fazer limpeza dos escoamentos nas nossas casas, ver como é que estão as caleiras, as sarjetas, retirar objectos, e mesmo nas estradas as autarquias têm de fazer o seu trabalho de limpar constantemente, porque existe muita queda de folha”, concluiu o climatologista.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou todos os distritos de Portugal continental sob aviso amarelo devido à previsão de chuva, por vezes forte e acompanhada de trovoada, para esta terça-feira.

Os distritos de Faro, Évora, Setúbal e Beja já estão sob aviso amarelo desde segunda-feira.

TVI Notícias
28.10.2025

- Neste Blogue, escreve-se em Português 🇵🇹 de Portugal, pré-AO.

 

Loading

“Frankenstein”: quão perigosa é e quais os sintomas da nova variante da Covid-19?

1
0

 

PORTUGAL // SAÚDE // COVID-19 // FRANKENSTEIN

Como acontece todos os anos, estão a circular novas variantes do SARS-CoV-2 que causam infecções respiratórias.

Foto de arquivo. Um teste rápido de COVID-19 para uso doméstico, em 3 de fevereiro de 2022, em Seattle, EUA.
© AP Photo/Ted S. Warren

A variante XFG, actualmente predominante, é muitas vezes referida nos meios de comunicação social como a “variante Frankenstein”, que tem como sintoma típico a chamada “garganta de lâmina de barbear”. Os médicos relatam que os doentes se queixam de dores de garganta extremamente fortes – tão fortes que parecem estar a engolir lâminas de barbear.

Vários meios de comunicação social deram conta deste quadro nos últimos dias.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou oficialmente a variante actual como uma “Variante sob Monitorização” (VUM) em 23 de maio de 2025. Espalhou-se rapidamente na China e, em poucas semanas, representava 10% ou mais dos casos registados em todo o mundo.

Quais são então as características especiais da variante “Frankenstein”? O nome científico é XFG ou “stratus“.

Na Alemanha e noutros países europeus, a XFG tem sido cada vez mais dominante desde meados de 2025.

De acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), 71% das 49 amostras de coronavírus analisadas entre 22 e 28 de Setembro de 2025 (semana de calendário 39) eram da linhagem XFG. Qualquer pessoa que esteja actualmente infectada com a Covid, tem, portanto, maior probabilidade de estar infectada com a XFG ou “variante Frankenstein”.

Novas infecções a um nível muito mais baixo

Na semana de 6 a 12 de Outubro, foram notificados ao RKI, até à data, cerca de 6.440 casos de Covid-19 confirmados em laboratório.

Em comparação, registaram-se cerca de 11 570 casos em meados de Outubro de 2024 – quase o dobro do número actual. Em meados de Outubro de 2020, foram registadas mais de 7 000 novas infecções num só dia e, no final do mesmo mês, o número de casos diários tinha aumentado para mais de 19 000.

Porquê “variante Frankenstein”?

O XFG é uma recombinação – ou seja, uma mistura das duas linhagens de vírus anteriores LF.7 e LP.8.1.2. À semelhança do monstro de Frankenstein, que foi montado a partir de diferentes partes do corpo, o XFG combina partes de diferentes linhas de vírus.

No entanto, a recombinação é, de facto, completamente normal nos vírus.

O termo “Frankenstein” foi utilizado pela primeira vez em 2021 pelo virologista sul-africano Alex Sigal para descrever o grande número de mutações na variante Omikron. Esta comparação foi mais tarde retomada por tablóides britânicos como o Daily Mail e o The Sun. Entretanto, o nome também se impôs nos meios de comunicação social alemães.

XFG é de risco baixo, segundo OMS e Instituto Robert Koch

A propósito, não há provas claras de que a “sensação de lâmina de barbear” na garganta ocorra efectivamente com mais frequência com a XFG.

Sintomas como dores de garganta fortes e rouquidão não são específicos das variantes da COVID-19 – também podem ocorrer com outras infecções respiratórias. É quase impossível distinguir de forma fiável entre a Covid-19 e, por exemplo, a gripe com base apenas nos sintomas.

Euronews (Português)
27.10.2025

- Neste Blogue, escreve-se em Português 🇵🇹 de Portugal, pré-AO.

 

Loading